A reconquista do Campeonato Estadual e a vaga garantida na fase de grupos da Copa do Nordeste, nada disso irá alentar os torcedores alvirrubros, caso o América não consiga permanecer na Série C do Brasileiro. Para tanto a equipe terá dois jogos decisivos, por serem confrontos diretos contra adversários que também lutam na parte de baixo da classificação e, assim como o clube Potiguar, necessitam de pontos nesta reta final da competição para poder respirar mais aliviado. O primeiro adversário deste “mata-mata” contra a degola será o Pouso Alegre, neste domingo (13), às 19h, na Arena das Dunas.
A matemática é muito simples, os sites especializados em estatística apontam os 22 pontos como a boia de salvação para as equipes que brigam na parte de baixo da tabela. O Chance de Gol aponta que com essa quantidade de pontos, uma equipe tem a possibilidade entre 90 e 97% de chance de permanecer na Série C.
Frente a essa exigência, os jogadores do clube potiguar sabem que necessitam de seis pontos para atingir a margem de corte. O fato aumenta a pressão sobre os ombros dos atletas e torna os confrontos contra Pouso Alegre e Aparecidense como verdadeiras decisões, pois em caso de mais algum tropeço como mandante, a decisão sobre a permanência será transferida para última rodada, quando o Alvirrubro irá enfrentar outro clube desesperado pela salvação, o Floresta, no Ceará.
Nas condições em que o América e seus adversários se encontram, realizando uma competição abaixo da crítica, não há como apontar um favorito. É bom lembrar que a tarefa do treinador Dado Cavalcanti não será das mais fáceis, ele ainda busca a conquista da primeira vitória no Alvirrubro, que também não possui um bom desempenho como mandante.
Para se ter uma ideia da dificuldade do objetivo final, basta dar uma rápida olhada na tabela para ver que, em 16 rodadas, a equipe potiguar conseguiu vencer apenas três vezes. Ou seja, a equipe terá de fazer nos dois próximos jogos aquilo basicamente o que conseguiu durante toda competição. Os cálculos mostram que nesta Série C, o América vence um jogo a cada 5,3 rodadas, um percentual considerado muito baixo para quem entrou na competição com planos de disputar o acesso.
Na condição de mandante, os números também são negativos. Em sete confrontos realizados ele perdeu três, venceu dois e empatou outros dois. A equipe está entre os clubes que menos conseguiu vencer no Brasileirão, ladeado pelos demais integrantes do Z-4. Apenas Altos venceu menos que o clube potiguar. A partida deste domingo, ainda terá um certo grau de revanche, uma vez que o clube mineiro decidiu o título da Série D de 2023 contra os potiguares, que levaram o título com sobras após seis anos na última divisão do futebol nacional.
A equipe de Minas Gerais não vence há oito rodadas e dos últimos 24 pontos disputados, conquistou apenas um. O Pouso Alegre vem de seis derrotas consecutivas e daqui por diante, necessita ganhar todos os pontos que ainda estão em jogo para atingir os 21 pontos, que alguns matemáticos apontam como um número que pode livrar um clube do rebaixamento. Segundo o site de estatísticas Chance de Gol, que atingir a marca terá uma probabilidade de permanência na Série C avaliada em 60%.
Com uma situação praticamente irremediável, os mineiros anunciaram a troca do treinador, que sem conseguir levar a equipe a tão esperada reação, apresentou o pedido de demissão. Na frente do Dragão mineiro, Rogério Henrique disputou cinco jogos e foi derrotado em todos eles. Ele deixou o clube na lanterna da Série C e pediu para sair logo após a derrota para o Manaus.
Mesmo vencendo todos os seus jogos, o Pouso Alegre terá de torcer para algumas combinações de resultados para conseguir escapar do rebaixamento. Com apenas 12 pontos, ele já está cinco pontos atrás do primeiro time fora da zona de rebaixamento. A distância do América em relação ao Manaus, que está na porta do Z-4, até essa 17ª rodada era de dois pontos. Com uma vitória e um tropeço dos manauaras que vão receber o Remo, o Alvirrubro terá a oportunidade de iniciar a reação saltando logo para fora da zona de rebaixamento, um fator raro no histórico do clube nesta edição do Brasileiro.